“Nunca subestime o poder de muita gente burra
junta.”
George Carlin
O fungível momento aniquila-se em sua gênese. Somam-se
páginas, tomos, apanhados de todos os tipos ao nauseabundo orbe da Literatura.
Assenta-se a poeira sobre a inércia das coisas inertes. A velhice rói os ossos,
faz fenecer os músculos. E o bestiário humano faz senão alardear reiteradas
vezes a estupidez em forma de grunhidos.
Que tenho pra falar de novo? Weitzenhoffer já
comparou discutir com um religioso a jogar xadrez com um pombo. Eurípides disse
que quando se tenta apresentar a razão a um imbecil ele te tomará por imbecil. Concordo com não me lembro quem quando
este disse que liberdade de expressão é um direito reivindicado frequentemente
por aqueles que esqueceram ou não cuidam de exercer a liberdade de pensamento. Este
texto não há de reclamar escopo entre esses suínos. Este é só uma confissão pra
quem já está do meu lado.
Odeio e repudio o Cristianismo. Coloco-me neste
momento como anticristo. Não reconheço nem respeito a instituição da fé, que
nada mais é que uma desculpa para encerrar discussões antes do fim, para se evadir
do ônus da prova.
Inventa-se essa dicotomia entre o cristão verdadeiro
e o falso. A definição é simples, o falso é o outro. Os extremistas são
criticados pelo extremismo e os moderados pela moderação, uns pelos outros.
Repudio a todos, porque cada um se estabelece como parte do mecanismo de
sobrevivência do grande organismo parasitário. Temos sempre um lado a e um lado
b, ou bem c, d... E eles esperam pra ver quem será selecionado pela moral da
próxima geração pra poder roubar o dinheiro dela.
Quando as pessoas se juntam em hordas de centenas de
milhões todas sob um mesmo estandarte, pregando um mesmo livro, cada um
seletivo à sua maneira, não há uma verdade una nesse livro: não sejam tolos, o
livro se permite interpretar de
diversas maneiras -- e algumas dessas maneiras me provocam ojeriza.
Mesmo os fiéis mais indulgentes não negam que a
indulgência exige a transgressão. Todos eles chamam de abominação às mesmas
coisas. Se o Silas quer tomar o lugar de carrasco, isso não torna melhores os
letárgicos que apenas preferiram deixar
o chicote na mão de deus, confiando que as minhas (nossas) costas sentiriam o
peso de sua poderosa mão.
Não reconheço nem respeito quem quer que eu morra!